Os cristãos devem demonstrar amor aos outros e servir aos outros para combater as ideologias que justificam a morte de inocentes, disse ele num estádio em Amã diante de cerca de 25 mil fiéis, em sua maioria jordanianos, mas alguns, que agitavam bandeiras, vindos do Iraque e Líbano.
"A comunidade católica aqui é profundamente afetada pelas dificuldades e incertezas que afetam todos os povos do Oriente Médio", disse Bento 16 à multidão.
Nas últimas décadas as comunidades cristãs vêm encolhendo de modo dramático no Oriente Médio, berço da maior religião do mundo. Guerras, instabilidade política e pobreza vêm levando muitos cristãos a abandonar a região em busca de vida nova no exterior.
Hoje a minoria cristã na Jordânia tem cerca de 250 mil integrantes, no meio de uma população de 5,6 milhões, majoritariamente muçulmana. Dois terços da comunidade cristã são ortodoxos e um terço é formado por católicos. A comunidade encolheu para 20 por cento de sua dimensão anterior, apesar de gozar de direitos legais e apoio oficial.
"A fidelidade a suas raízes cristãs, a fidelidade à missão da Igreja na Terra Santa, exigem um tipo particular de coragem de cada um de vocês", disse o papa no terceiro dia de sua peregrinação à Jordânia, Israel e territórios palestinos, entre 8 e 15 de maio.
O papa deveria visitar um local no rio Jordão onde se acredita que Jesus foi batizado. Arqueólogos jordanianos encontraram ruínas de igrejas da antiguidade que reforçam a tese de que esse seja o local verdadeiro, em lugar de outro ponto na margem ocidental do rio.
Na segunda-feira Bento viajará para Israel e os territórios palestinos, a parte mais delicada de sua viagem, cujo tema principal, até agora, vem sendo as relações entre cristãos e muçulmanos. No discurso mais importante de sua estadia na Jordânia, no sábado, ele lançou um chamado por um entendimento entre cristãos e muçulmanos, algo que foi saudado por seus anfitriões muçulmanos.
Bento 16 disse aos fiéis que os cristãos têm o dever de ajudar "as vítimas de tragédias humanas profundas" e "construir novas pontes para possibilitar um encontro frutífero entre pessoas de religiões e culturas diferentes."
"Isso também significa ser testemunhas do amor que nos inspira a dedicar nossas vidas ao serviço aos outros e, com isso, combater os modos de pensar que justificam a morte de inocentes," disse ele.
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