terça-feira, 5 de maio de 2009

Santo Agostinho


O santo que mais que qualquer outro falou de si mesmo - mas o fez com sinceridade e simplicidade, transformando em confissão, tudo o que lhe pertence. Homem e mestre, teólogo e filósofo, moralista e apologista. Agostinho, Bispo e doutor da Igreja. Homem, antes de tudo, com as inquitações, os anseios, as fraquezas, como nos apresenta a leitura de suas confissões, nas quais mostra a realidade nua e crua de sua alma com sinceridade e candura. Agostinho nasceu em Tagaste, Tunísia, em 354 do pagão Patrício e da cristã Mônica, experimentou as contradições do seu espírito, que tem sede de verdade e se deixa seduzir pelo erro. Percebe o chamado à perfeição moral, mas se vê envolvido na escuridão da carne. Aprende retórica em Cartago, depois ensina gramática em Tagaste até que aos vinte e nove anos toma o caminho do mar após uma breve parada em Roma, chega a Milão, onde é bispo o grande Santo Ambrósio.
A conversão ao cristianismo, propiciada pelas amorosas solicitudes e pelas lágrimas de sua mãe, chegou a maturidade num espírito singular e misterioso para o próprio Agostinho que, acolhendo o convite do Bispo Ambrósio: 'Toma e lê', encontrando nas palavras do Apóstolo e empurrão decisivo: 'Não vos deixeis dominar pela carne e pelas suas concupiscências.' Agostinho pede o batismo ao bispo Ambrósio, depois volta à África em veste de penitência, é consagrado sacerdote e depois bispo de Hipona, encontrando na sincera adesão a verdadeira paz do coração que até então era atormentado pelos afetos terrenos e pela sede de verdade: 'Senhor criaste-nos para ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em ti.'
Amado e venerado pelos humaníssimos dons de coração e de inteligência, morre a 28 de agosto de 430 em Hippo Regius, antiga cidade próxima à moderna Bona, na Argélia. Vinte anos antes, Roma imperial tinha conhecido a humilhação inflingida pelo bárbaro rei Alarico, e este evento, para todos os que estavam convictos da perenidade da cidade eterna, moveu o bispo de Hipona a escrever outra obra-prima, a 'A cidade de Deus'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário