segunda-feira, 6 de julho de 2009

Formação: Ciência e fé em harmonia - Introdução

Infelizmente muitos que foram batizados na Igreja Católica, as vezes pessoas cultas, se afastaram da fé católica por pensar, erradamente, que as verdades da fé que aprenderam na infância ou na juventude são insustentáveis diante da Ciência, particularmente nos assuntos ligados à origem do mundo e do homem.

Muitos desses, mal influenciados por certas pessoas, ambientes ou más publicações, ou até por professores adversos à fé, abandonaram a fé católica por achar que esta não se coaduna com a Ciência e a inteligência, especialmente quanto aos dogmas.

Ao contrário do que muitos pensam, a mensagem cristã é iluminada pela razão e pelo estudo das ciências humanas e experimentais. É preciso banir a dúvida de que há separação entre ciência e fé. O estudo não prova a verdade de fé, mas é fundamental para alicerçar a crença. O anti-intelectualismo prejudica a vida cristã; que pode se tornar algo de subjetivo, sentimental, inconsistente e sujeito a perder sua identidade.

A inteligência foi dada por Deus ao homem para que ele descubra as verdades acerca do mundo material, mas também chegue ao conhecimento de Deus como Princípio e Fim de todas as coisas.
Os que dizem não se preocupar com o problema religioso, procuram, no entanto saciar a sua fome de verdade em tudo o que o mundo lhes oferece, como se fossem pedintes inquietos e jamais satisfeitos, bebendo muitas vezes em fontes poluídas e campos contaminados pelo esoterismo, magia, feitichismo, ocultismo, etc., contrariando não só a fé, mas também à ciência.

Por uma visão incorreta da Bíblia, mal entendida, muitos abandonaram a riqueza da Palavra de Deus. Não se deram conta de estudar "como entender a Bíblia" corretamente; simplesmente a abandonaram como um "livro de mitos".

Nosso desejo é mostrar neste livro que as verdades da fé católica estão em plena sintonia com a Ciência. A Igreja católica não quer uma visão estreita e anticientífica sobre o mundo e o homem, e "não julga ser de fé aquilo que não é", como recomendava São Tomas de Aquino (S. Th. I, 32,1; 68,1). Mas também não quer que se retire do patrimônio da fé aquilo que é de fato dogma.

As descobertas mais fantásticas da ciência, seja no macro ou no microcosmos, estão em sintonia com a fé corretamente vivida.

Acatando as descobertas da Ciência Moderna (astronomia, paleontologia, paleografia, papirologia, física, química, filologia, biologia, história, lingüística, arqueologia, etc.), a Igreja entendeu que certas interpretações que se davam no passado a certas passagens bíblicas eram insustentáveis diante da verdade científica. E não teve dificuldade de adaptar a sua . interpretação a essas verdades, sem necessitar alterar a perenidade dos dogmas. Assim, o diálogo da Igreja com os cientistas sempre foi frutuoso e nunca cessou.

A pesquisa científica do universo deveria tornar o estudioso humilde, longe do cientificismo que toma apenas a ciência como chave para responder às indagações e aspirações do homem.

A ciência está sempre diante de novos desafios, e sabe que é incapaz de responder às perguntas fundamentais do homem: Donde venho? Para onde vou? Qual o sentido do meu trabalho, da minha luta, da minha morte? Qual o sentido do universo, da vida, do homem? Por que isso tudo existe? Parece haver uma Inteligência (= Logos) que estabeleceu uma lógica e as sábias leis da natureza ...

Nem mesmo a Filosofia consegue dar uma resposta completa para as interrogações do homem, pois certos mistérios como o do mal e o do sofrimento) não são explicáveis apenas pela razão. A Filosofia ajuda a entender os mistérios, mas não dispensa a fé.

A própria razão humana mostra ao homem a necessidade da fé e da Palavra de Deus, pois sozinho o homem sente que não encontra as respostas às suas indagações existenciais. A fé não sufoca a inteligência, ao contrário, é a atitude mais inteligente da inteligência, uma vez que se dirige a Deus.

Assim, cientistas, filósofos e teólogos, longe de anularem os estudos uns dos outros, ao contrário, se complementam mutuamente. De um lado, todo pensador precisa conhecer a realidade que a ciência investiga; doutro lado, todo pesquisador, para satisfazer plenamente à sua procura de verdade, precisa saber o porquê e o para quê das maravilhas do universo que ele vai descobrindo.

No século XIX a ciência parecia contradizer a fé; quanto mais avançava, mais dispensava Deus e a religião.

Mas na segunda metade do século XX, começou a aproximação da ciência em relação a Deus. O cientificismo; isto é, a certeza de que a Ciência satisfizesse a todas as interrogações e necessidades do homem, foi se esvaindo. A ciência está sempre a se corrigir e a enfrentar novas indagações: a solução de um problema abre vários outros na área das ciências naturais. Por isto a necessidade de uma explicação do mundo, por um fator transcendental, que é o próprio Deus, vai ficando mais claro aos estudiosos, independentemente de suas concepções filosófico-religiosas.

Muito do que está escrito neste livro tem a ver com os inúmeros artigos de D. Estêvão Bettencourt, editor da Revista "Pergunte e Responderemos" (Caixa Postal 2666 - CEP 20001-970 - Rio de Janeiro/RJ).


(http://cdscristaos.blogspot.com/2009/06/formacao-ciencia-e-fe-em-armonia.html)

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